quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Sobre o tempo.



Como se escrever fizesse simplesmente as palavras proferidas se concretizarem, criarem vida e saírem andando. Não, elas não se concretizam e muito menos saem andando. Elas permanecem, ecoando no fundo da mente por repetidas vezes. Por vezes,me dominam e me dão a impressão de que são, sim, reais.

Um filme que se passa por mil vezes na cabeça, tem o poder de me fazer voltar no tempo e sentir aromas, texturas, ruídos..tudo tão nítido e real que, quando "volto à realidade", parece que o tempo não passou. Mas ele é implacável e não perdôa.
Só o que me consola é saber que ele é assim para todos. É uma das poucas coisas que restaram que não se compra com dinheiro. A vida se compra, um orgão vital se compra (erroneamente, mas se compra), mas o tempo, não.

Olhando fotografias antigas, vejo como pouco a pouco o tempo age sobre meus traços. Isso me assusta. Talvez até mais do que deveria. Mas me assusta no sentido de que eu vejo que resta "pouca vida" para tantos feitos que ainda desejo realizar. Não tenho medo de rugas. Quero ser uma senhorinha muito vaidosa e perfumada. Sou a favor de um botóxzinho de leeeve, bem de leve...nada á lá Ana Maria Braga ou Elza Soares. Cadê as expressões? O que é uma pessoa sem expressão? Praticamente um boneco.

Vejo que por mais que o tempo passe, as palavras perduram e insistem. Daí o tal ditado : "Uma vez proferida a palavra, não tem mais volta." Ela pode até ser amenizada com outras, mas voltar, não volta mesmo!

Já falei coisas sem pensar. Sei que proferi palavras que até hoje fazem sangrar a ferida de alguém.. Mas isso serviu para que eu aprendesse a tentar medí-las melhor. Ainda sou impulsiva, cabeça dura, cabeça quente, mas creio que já consegui evoluir um pouco nesse sentido, mas sei que ainda há muito o que evoluir.
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